A AWS, divisão de computação em nuvem da Amazon, se juntou com o Hospital Sírio-Libanês para formar a primeira base de dados focada em saúde do Brasil. Denominado HealthLake, o sistema tem sido montado para armazenar informações dos pacientes com o objetivo de digitalizar e otimizar os atendimentos, além de gerar soluções de saúde populacional. A parceria é viabilizada pelo hub de inovação Alma Sírio-Libanês, uma vertical criada pela casa de saúde paulista para internalizar o uso de tecnologias. Sob responsabilidade de Diego Aristides, superintendente de produtos digitais e inovação, a ideia é que o HealthLake concentre todos os dados que transitam dentro do hospital, sejam eles oriundos de fontes internas (como o prontuário médico) ou externas (a exemplo do celular).“A primeira coisa que o HealthLake potencializa é a pesquisa científica, pois os nossos pesquisadores passam a ter dados padronizados, facilitando e acelerando os achados. O segundo ponto é o suporte à decisão clínica, já que os nossos times de saúde, apoiados pela inteligência artificial, vão acelerar o cuidado com os pacientes, garantindo que o tempo deles seja gasto no cuidado, e não na tela do computador”, explica Aristides. A aposta do hospital se fundamenta no Open Health, um protocolo aberto de informações muito parecido ao modelo que vigora no setor financeiro, o Open Finance. Com ele, caso autorizados e sem individualização, os dados dos pacientes serão compartilhados entre instituições para um tratamento mais específico e o aprimoramento do sistema de saúde em geral. Leia também: A startup que vai mapear o genoma dos brasileiro e chamou a atenção de Arminio Fraga, Eduardo Mufarej e outros investidores “A tecnologia permite que o hospital Sírio-Libanês utilize seus dados para melhorar os resultados dos pacientes e a eficiência operacional. Com o Amazon HealthLake, será possível avançar na medicina de precisão, acelerar a tomada de decisões e oferecer uma abordagem mais personalizada de atendimento por meio de dados, inteligência artificial e machine learning”, diz Paulo Cunha, diretor geral para o setor público na AWS. Por isso, o banco de dados tem sido montado com suporte para o protocolo Fire, o padrão universal de comunicação, escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a operacionalização do Open Health. Embora essa troca de informação ainda não se dê com outros centros de saúde, ela já acontece com empresas parceiras, como as startups aceleradas pela Alma. “Estaremos prontos para fazer a troca de dados entre instituições. Então, se o paciente quiser enviar informações captadas pelo seu relógio para o Sírio-Libanês, com o aceite de consentimento, ele vai poder. O mesmo vale caso ele queira mandar os dados daqui para outro hospital. Esse projeto é uma base estratégica para o que queremos alcançar”, define Diego.