Apenas 27% da população do DF tem acesso a plano de saúde, diz pesquisa

Dados, de fevereiro deste ano, são do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Apesar do baixo índice, houve crescimento em comparação ao mesmo período do ano passado.

Apenas 27% da população do Distrito Federal tem acesso a plano de saúde, o equivalente a 930.347 beneficiários. Os dados são da pesquisa do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), realizada em fevereiro deste ano. Apesar do baixo índice, quando comparado ao mesmo período do ano passado, houve um aumento no número de adesões. Em 2022, eram 921.554 beneficiários — cerca de 8 mil pessoas a menos que o registrado neste ano. Segundo o superintendente executivo do IESS, José Cechin, os números do DF chamam a atenção pelo aumento de pessoas aderindo a planos de saúde individuais, diferente do que acontece no restante do país. “O que pode ter acontecido no Distrito Federal é que alguns servidores que tinham planos da administração direta, que não eram computados como beneficiários de planos de saúde pela agência reguladora, tenham migrado para planos que são regulados”, afirma. De acordo com o levantamento, o acesso a planos de saúde no DF sobe a medida que ocorre um crescimento também nos índices de emprego formal na capital.

Altos custos

Ala cheia de pacientes no Hospital de Base, no DF (foto de arquivo) — Foto: Arquivo pessoal Os valores dos planos de saúde tendem a pesar na escolha dos usuários, como para o professor da rede pública de ensino do DF, Lourival Aguiar. Para o churrasqueiro José Queiroz, o plano de saúde é o “sonho de todo brasileiro”. “Mas nós não temos. Nós temos que viver, infelizmente, da saúde pública, desse sofrimento que vocês sabem como que é”, diz. A vendedora Talita Silva quer adquirir um plano de saúde para o filho, mas não tem condições financeiras no momento. “Ele tá precisando, mas a carência é de seis meses, e os valores estão muito altos. No momento, a gente não tem condição”, afirma. Em maio de 2022, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou um aumento de 15,5% nos planos de saúde individuais e familiares — o maior aumento desde o início da série histórica em 2000. De acordo com o superintendente da Associação Brasileira de Planos de Saúde, Marcos Novais, há expectativa de mais um aumento, ainda não definido, que deve ser anunciado em maio. A justificativa dos planos é que eles tiveram um prejuízo no ano passado de R$ 11,5 bilhões.

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